e eu?

eu mesmo não sei dizer quem eu sou... eu sou conforme o momento. Já me disseram certa vez que a vida é um teatro, mas eu estou sempre na platéia. Eu vejo o mundo rodar ao meu redor e não sei o que fazer, mas o que faço geralmente é refletir... minha ação é apenas pensamento! As vezes eu saio e vou ali, mas as vezes estou aqui mesmo do lado de alguém que precise de mim. Acho que sou a crítica do teatro e não o ator... a pessoas escrevem suas vidas e a encenam sem pensar, mas ainda bem que existe a platéia: se estamos errados ela vaia, mas quando estamos pertos de algo que nos faz dignos de nós mesmos todos aplaudem de pé. A vida é assim e é assim que eu vejo ela... não sou mais do que o público crítico que está ali para tornar a vida das pessoas algo que elas se orgulhem de encenar! Quanto a mim, esqueço que, enquanto sou platéia, não sou mais do que uma sombra no escuro, esperando o momento certo para aplaudir e finalmente entrar em cena com todas as luzes do fim do espetáculo...

"Sua sombra me persegue e me esconde, e eu sinto-me guardado por tí em meu túmulo... A morte não dói, o que dói é viver, mas com você minha morte foi minha agonia... Eu estou esperando que acordes e veja que estou escondido nas trevas para onde me banistes e de lá me sequestre e me leve consigo para a imensidão do universo: sempre frio, quieto!"

[contribuição do Rô]